terça-feira, 31 de julho de 2012

Conheça Canoa Quebrada-CE antes que acabe

Alguns pontos turísticos de Canoa Quebrada, na costa leste do Ceará; veja galeria
Você já foi à Canoa Quebrada? Então vá, antes que acabe. O paraíso hippie dos anos 70, localizado na costa leste do Ceará a 167 km de Fortaleza continua lindo, mas cada vez mais invadido pela especulação imobiliária e pelo turismo descontrolado.

Todos anos, cerca de 180 mil e 200 mil turistas chegam ao pequeno vilarejo de cerca de quatro mil habitantes, ansiosos usufruir do que ainda resta de beleza natural.

A consequência dessa invasão é a ocupação desordenada das dunas por empreendimentos imobiliários e pelos mais de duzentos passeios diários de buguinhos, invasão da faixa de praia por restaurantes, barracas, bares e pousadas, em um gigantesco processo de genocídio de praias, dunas e falésias.

"É uma verdadeira anarquia. Cada um faz o que quer, não há fiscalização da Prefeitura ou da Secretaria de Meio Ambiente do Estado e o turismo municipal é só blá-blá-blá", conta o empresário e dono de uma pousada Giuseppe Fatuzzo, de 71 anos, quarenta deles em Canoa Quebrada. Integrante da Associação de Pousadas e Hotéis local, ele atribui parte dos problemas atuais do pequeno vilarejo de quatro mil habitantes à inércia do poder público municipal. "Para se ter uma ideia, a limpeza das praias às segundas-feiras é feita pelos donos de barracas, porque a Prefeitura não tem competência para o fazer", conta.

Desde 1998, Canoa Quebrada faz parte da Área de Proteção Ambiental do mesmo nome, que regula a intervenção humana em dunas, praias e falésias.

Na tarde de sexta-feira, o jornal tentou entrar em contato com a Prefeitura de Aracati, município ao qual pertence Canoa Quebrada, mas ninguém atendeu às ligações.

Fonte: Jornal A Cidade

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Qualidade do ar em Fortaleza não passa por monitoramento














Em um mundo cada vez mais preocupado com questões ambientais, Fortaleza rema contra a maré. Enquanto crescem a frota de veículos e o congestionamento em ruas e avenidas, poucas são as iniciativas visando reduzir a emissão de gases poluentes na metrópole, que desponta como a quinta cidade mais populosa do País, conforme indicadores divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no ano passado.

O certo é que a cidade não dispõe de mecanismo capaz de auferir os gases poluentes emitidos por veículos automotivos e que são lançados na atmosfera, embora a mobilidade urbana tenha voltado à cena, sobretudo devido à proximidade da realização no País da Copa de 2014.

Se em 2002 a Capital tinha 402.387 veículos, hoje, a frota chega a 807.317, segundo o último estudo do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), correspondente ao mês de junho passado.

Além disso, médicos alertam sobre riscos para a saúde humana decorrentes da poluição ambiental. Infecções respiratórias e alergias são as consequências mais comuns, principalmente em crianças e pessoas idosas.

Sem controle
Mas, para se ter um ideia da falta de controle da qualidade do ar que respiramos, basta lembrar que uma das poucas ações nesse sentido, o Programa de Combate à Fumaça Negra, desenvolvido pela Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) desde 1990, dispõe atualmente de apenas uma equipe para atender a Capital e o Interior do Estado. As três estações manuais que faziam a medição da qualidade do ar em pontos críticos de poluição de Fortaleza e uma em Maracanaú foram desativadas em 2007.

Na Capital, elas funcionavam na Avenida Imperador, no centro da cidade; na Av. Presidente Castello Branco (Leste-Oeste) e na Av. Juscelino Kubitschek, no bairro Passaré.

A estação de Maracanaú, era localizada no Conjunto Habitacional Acaracuzinho, próximo ao Distrito Industrial, área de concentração de emissões de gases na atmosfera.

Em 2010, a Semace anunciou licitação para aquisição de equipamentos mais modernos para a implantação de novas 11 estações. Até hoje, contudo, a medida não foi implementada.

Obsoleto
A gerente de Análise e Monitoramente (Geamo) da Semace, Magda Kokay, reconhece a necessidade de monitoramento da qualidade do ar na Capital, mas explica que as estações foram desativadas porque os equipamentos estavam obsoletos. Quanto à implantação das novas estações, adianta ser esse um assunto que depende de recursos do governo do Estado.

Já acerca do Programa de Combate à Fumaça Negra, considerou "que está a todo vapor", mesmo dispondo de apenas uma equipe, composta por um técnico e coordenador, quatro fiscais e uma viatura para fiscalizar todo Estado. Informou que, diariamente, de terça a sexta-feira, é realizada uma blitz. Esse trabalho acontece na Capital, na região metropolitana e no Interior, e efetua o controle da emissão de fumaça negra pelos veículos automotores do ciclo diesel, comentou.

Via de regra, durante a inspeção, o veículo é parado com ajuda dos agentes municipais, estaduais e federais de trânsito. A fiscalização é realizada medindo-se a intensidade de cor da fumaça emitida pelo veículo através da Escala de Ringelmann Reduzida. Um painel branco medindo aproximadamente 0,80m x 0,80m é colocado por trás do cano de escape do veículo que é acelerado conforme orientação do técnico fiscal.

A leitura é realizada com a Escala de Ringelmanna a uma distância de 30 metros da fonte de emissão. Os veículos que apresentam densidade colorimétrica de 20 a 40% (Padrões nº 1 e 2) são liberados para o tráfego depois de receberem, no para-brisa, o adesivo com os dizeres "vistoriado".

Já os veículos que apresentarem densidade colorimétrica maior ou igual a 60% (Padrão nº 3) recebem auto de Infração e devem apresentar o veículo à Semace devidamente regulado no prazo de 15 dias para nova vistoria. O proprietário que atender a orientação da Superintendência no referido prazo tem a multa reduzida em 50% do seu valor, após uma segunda medição do índice de fumaça para averiguar se o veículo está regulado.

A emissão de fumaça negra é o resultado de uma combustão incompleta e está associada a problemas operacionais e de manutenção, podendo acarretar doenças relacionadas ao aparelho respiratório e cardiovascular, bem como alterações no clima terrestre.

Vistoria
Na última terça-feira, a Semace realizou uma blitz na Avenida Godofredo Maciel, próximo à rotatória do bairro do Mondubim. No horário de 9 às 11 horas da manhã, foram vistoriados 115 carros movidos a diesel. Segundo o coordenador do Programa de Combate à Fumaça Negra, Francisco de Oliveira, quatro proprietários de veículos foram autuados nesse dia.

A multa varia de R$ 1.239,33 a R$ 4.957,33. "Eles costumam regularizar o veículo até mesmo para conseguir a redução desse valor", lembrou.

Dentre os fatores que provocam a combustão irregular, Francisco de Oliveira destacou: bomba do motor do veículo violada, bico injetor desregulado ou funcionando de forma inadequada, filtro do ar sujo e combustível contaminado.

A Semace vistoriou 9.547 veículos movidos a diesel no primeiro semestre deste ano, o que representa 80% do total de veículos fiscalizados em 2011. Ao todo, foram realizadas 85 blitze no Ceará até dia 22 de junho, dado do último levantamento. Do total de veículos fiscalizados em 2012, 346 foram autuados por estarem com índice de emissão de fumaça acima do permitido pela legislação vigente.

Engenheiro propõe mais rigor na fiscalização
A implementação de mecanismos de controle de emissões dos escapamentos dos veículos, através de blitze eficientes e constantes, e inspeção veicular anual, a partir do terceiro ano de uso, são medidas para reduzir a poluição do ar propostas por Ronaldo Stefanutti, professor do Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental da Universidade Federal do Ceará (UFC).

O avanço tecnológico, esclareceu, reduziu as emissões do monóxido de carbono por veículos automotores em 26,1 vezes da década de 80 até o ano 2000. "Diante deste quadro, sugere-se reciclar os veículos mais antigos, pois os mesmos são grandes fontes de poluição", admitiu.

Mas, levando em consideração questões sociais, outra opção a ser adotada seria limitar o acesso dos veículos mais velhos aos centros urbanos com tráfego intenso, que poderia acompanhada por sistema eletrônico de identificação de placas.

"Medidas como a adoção de catalizador veicular e injeção eletrônica, entre outras tecnologias, colaboraram para a redução das emissões de gases", disse, acrescentando que parte desses s avanços foram implementados graças ao Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve), adotado pelo governo Federal.

A qualidade do combustível é outro fator que deve pesar muito na redução das emissões, principalmente do material particulado, com a adoção do biodiesel e de diesel com padrão europeu, no caso, S50 (50 partículas por milhão (ppm) de enxofre), com baixo teor de enxofre.


Temos convivido, ao longo dos anos, com um nível cada vez maior de poluição atmosférica. Observamos, ainda, um aumento expressivo das doenças alérgicas, entre elas, a rinite alérgica e a asma, especialmente nas cidades grandes. Vários trabalhos científicos relacionam a poluição do ar às doenças respiratórias e os portadores destas doenças são unânimes em relatar piora dos sintomas relacionados à maior exposição à poluição atmosférica.

Os efeitos desta poluição são mais observados nas épocas de menor umidade do ar, quando as emergências lotam com quadros de doenças alérgicas, respiratórias e suas complicações. As maiores vítimas são crianças e idosos, que sofrem com o comprometimento de sua qualidade de vida.

Faz-se necessário políticas públicas que visem reduzir a poluição atmosférica nas grandes cidades através de tecnologias menos poluentes, melhor fiscalização das indústrias e investimentos em habitação e transporte público que retirem as pessoas de moradias insalubres e reduzam o número de veículos.

Multa
"Os proprietários autuados costumam regularizar o veículo até mesmo para conseguir a redução da multa"

Fonte: Diário do Nordeste


sexta-feira, 27 de julho de 2012

Criação da Reserva Ambiental de Carnaíba município de Bela Vista do Piauí

 

O município de Bela Vista do Piauí, está realizando trabalhos de recuperação do olho d`agua da localidade Carnaíba a 06 Km da sede do município. Moradores da região estão fazendo trabalhos voluntários na construção de um reservatório, para que seja beneficiado com a água e para evitar o desperdício da água, que desce corrente a baixo mais de 800 metros.

Fonte: 180Graus

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Ibama apreende no interior do Ceará 230 animais silvestres



 
Uma operação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) apreendeu nesta quinta-feira (5) 230 animais silvestres criados de forma ilegal em cidades no interior do Ceará, de acordo com o chefe de fiscalização do Ibama no Ceará, Rolfran Ribeiro. As apreensões ocorreram nas cidades de Orós e Icó, e sete pessoas foram autuadas por crimes ambientais.
Segundo Rolfran, os animais eram canários da terra e marrecos, que são caçados para consumo ou venda para outros estados, principalmente Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. A criação e caça desses animais são proibidas. A apreensão faz parte da operação "Migratórios II", que investiga a criação ilegal de animais a partir de denúncias anônimas.

O número de animais apreendido nesta quinta-feira é considerado alto para o chefe de fiscalização. Segundo Rolfran Ribeiro, em média, são apreendidos 500 animais por mês. Somente nesta quinta-feira, até às 18h, foram 230 animais. A operação deve continuar ainda nesta quinta-feira, segundo Rolfran.
Os animais serão encaminhados ao Centro de Triagem do Ibama, em Fortaleza, onde devem permanecer por cerca de 40 dias. Após o período, técnicos do Ibama vão avaliar se devolvem o animal à natureza ou tomarão outros procedimentos.
A criação e caça de animais silvestres é crime ambiental. O infrator paga multa de R$ 500 por animal ou R$ 5 mil por unidade, caso o animal corra risco de extinção. O suspeito pode cumprir pena de seis meses a um ano de reclusão ou de um a três anos de prisão em caso de animais em risco de extinção.

Fonte: G1

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Protesto dos Tapeba fecha trecho da rodovia BR-222

foto:Diario do Nordeste
 
Caucaia Índios Tapeba realizaram protesto ontem pela manhã no KM 12 da BR-222, neste Município da Região Metropolitana de Fortaleza. Os indígenas, vestidos com cocar, pintados, portando lanças, burdunas e chocalhos, fizeram uma barreira com um trator, duas carroças e alguns pedaços de madeira.

A manifestação foi pacífica, e protestou pela demolição de todas as dez casas da Aldeia do Sobradinho. Cerca de 17 comunidades indígenas Tapebas estiveram no trecho interditado, em solidariedade aos moradores da aldeia demolida. A Polícia Rodoviária Federal foi até o local orientar os motoristas a pegarem vias alternativas.

Representantes da Defensoria Pública do Estado e do Centro de Defesa e Promoção dos Direitos Humanos da Arquidiocese de Fortaleza estiveram no local acompanhando o movimento, e afirmaram que irão investigar os acontecimentos.

Demolições
Segundo Gabriel Tapeba, presidente da Associação das Comunidades dos Índios Tapebas de Caucaia (Acita), o bloqueio foi finalizado às 17h desta segunda-feira, no entanto, outros bloqueios podem acontecer ao longo desta semana, dependendo do posicionamento da Fundação Nacional do Índio (Funai), em relação às reivindicações.

Os índios reivindicam a publicação pela Funai do Relatório de Identificação e Delimitação da Terra Tapeba no Diário Oficial, além da reconstrução de todas as casas demolidas durante a ação do último dia 22.

Naquele dia, a Justiça determinou a demolição das dez casas erguidas no terreno localizado às margens da BR-020 e a reintegração da posse a um proprietário particular.

A ação aconteceu por volta das 6h30 da manhã, quando os moradores ainda estavam dormindo e, segundo informações da Acita, contou com a presença de cerca de 200 policiais do Batalhão de Choque, além de tratores e um helicóptero.

Gabriel Tapeba, presenciou o momento em que as casas foram demolidas e afirma que, em nenhum momento, os moradores foram notificados previamente do mandado. "A aldeia foi invadida por tratores pela manhã e os policias foram logo agredindo os moradores verbalmente. Nós tivemos nossos direitos desrespeitados. O Estado é responsável pelo danos causados à aldeia e tem que, pelo menos, reconstruir as casas demolidas", afirma Gabriel Tapeba.

Cacique Alberto, é morador da Aldeia Sobradinho e teve a sua casa demolida. "Eu tinha acabado de acordar quando ouvi o barulho de tratores entrando na aldeia. Eles não avisaram nada a ninguém, foram logo gritando, vindo com arbitrariedade. Foi um abuso de autoridade. Se tivéssemos reagido, com certeza teríamos sido presos com aquela quantidade enorme de policiais", afirma.

O coordenador executivo da Articulação dos Povos Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo, Dourado Tapeba, afirma que ação visa arrendamento da terra.

Articulações
Aline Furtado, advogada do Centro de Defesa e Promoção dos Direitos Humanos da Arquidiocese de Fortaleza, afirma que a instituição está se articulando judicialmente com o Ministério Público Federal para a solução dos casos de despejos

Segundo a advogada, a ação realizada pela Polícia no último dia 22 não foi a primeira. "Na ação passada, o processo também aconteceu à revelia, sem conhecimento público", afirma. Durante esse processo, a Funai realizou uma intervenção e apenas uma casa foi demolida.

A Funai afirma que a terra já havia sido identificada e é reivindicada, por isso, não poderia haver a ordem de demolição.

De acordo com informações da Acita, os indígenas da Aldeia Sobradinho estão vivendo em moradias improvisadas com lonas e pedaços de paus.

Prejuízos
Apesar do congestionamento não ter sido intenso no local, caminhoneiros que trafegavam pela BR-222 reclamaram da falta de informação. "Nós pagamos caro para trafegar em estradas federais e somos prejudicados com esse bloqueio. Não temos nada a ver com isso. Além disso, a Polícia Rodoviária não avisou nada. Pensamos que estavam apenas ajeitando alguns buracos. E agora, como a gente faz?", disse Nilson Jorge Nascimento, caminhoneiro de Santa Catarina que passava pelo trecho.

 

Fonte: Diário do Nordeste