quarta-feira, 30 de maio de 2012

SEMAR cancela licença de desmate e suspende atividades em 4 municípios

 
Uma operação realizada pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SEMAR, em parceria com a Polícia Rodoviária Federal – resultou na aplicação de R$ 230 mil em multas.  Um total de 07 carvoarias multadas e embargadas, 20 fornos destruídos e 724 embargados nos municípios de Morro Cabeça no Tempo, Júlio Borges, Parnaguá e Sebastião Barros. Além disso, foram apreendidos duas motosserras que estavam sendo utilizadas sem a devida licença,  250 metros cúbicos de carvão, 15 veículos com documentação irregular e com registro de roubo e furto e mais 12 carros.
“Em parceria com a Policia Rodoviária Federal  atuamos com o objetivo de coibir a produção clandestina de carvão, além de apurar as denúncias relativas a movimentações fraudulentas de carvão no Sistema Eletrônico DOF – Documento Original Florestal. Os fiscais foram rigoroso no combate ao desmatamento ilegal, uma vez que as licenças emitidas pela SEMAR, em muitos casos, não vem sendo respeitadas”, enfatiza o secretário Dalton Macambira.

De acordo com o Superintendente de Meio Ambiente da SEMAR, Carlos Moura Fé, os empreendimentos agrícolas que detém autorizações de desmates emitidas pela SEMAR e utilizam o material lenhoso decorrente desse desmatamento para a produção de carvão, cada vez mais vem demonstrando sua incapacidade para na realização dos projetos de Uso Alternativo do Solo a que se propõem.
O aproveitamento do solo, através das autorizações de desmate concedidas pela SEMAR, não vem sendo cumprido satisfatoriamente nos projetos visitados. O carvoejamento tem se transformado na atividade principal dos empreendimentos, provocando destruição de floresta nativa e ocasionando diversos impactos ambientais negativos.
O Secretário Dalton Macambira ressalta que a equipe de fiscalização da SEMAR estava há mais de uma semana investigando as irregularidades na região.  “A operação envolveu vários órgãos, pois além dos crimes ambientais foram detectadas outras irregularidades. “Por conta das inúmeras irregularidades identificadas pela SEMAR, estamos cancelando todas as autorizações de desmate válidas e a suspensão das atividades de carvoejamento até que os empreendedores autuados,  demonstrem capacidade de execução dos projetos agrícolas propostos”, garante  o secretário.
Fonte: SEMAR-PI

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Dessalinizador viabiliza água potável





Imprópria para o consumo humano, muitas vezes a água salobra é a única alternativa para matar a sede no sertão, na maior seca já registrada no Ceará nos últimos 40 anos. Em Canindé, as poucas fontes de água traz o recurso com alta salinidade. As comunidades dependem de dessalizinadores para tornar potável a água salobra.

Na zona rural de Canindé, uma ficha de R$ 0,20 vale 20 litros de água potável. É assim no assentamento de Jacurutu. O dessalinizador retira a água do poço profundo para ser filtrada e bombeada até o reservatório de dois mil litros, beneficiando 60 famílias. A fonte funciona das 7 às 8 horas. Todo o dinheiro arrecadado serve para pagar o consumo de energia, que sai por R$ 25,00 em média.

Segundo o responsável pela manutenção dos aparelhos, José Nunes da Silva, o Zé Teixeira, diz que o equipamento funciona da seguinte maneira: a água salobra é bombeada para o dessalinizador. Passa por um sistema de pré-filtro, e segue para uma bomba de altíssima pressão. A água ganha força para passar pelas membranas, que impede a passagem de sais.

Como não é muito concentrada, a água salgada continua sendo utilizada na lavoura, nos afazeres domésticos e para os animais. Para o consumo das pessoas, é filtrada.

Dos 32 aparelhos instalados no Município, dez estão funcionando, nas comunidades de Esperança, Jacurutu, Barra Nova, Cacimba de Baixo, São Luis, Ipú Monte Alegre, Japuara, Bonito, Santana da Cal, São Serafim, Nogueira e Santa Luzia. O restante encontra-se em fase de implantação, porque as peças são caras. A manutenção é feita pela Secretaria de Agricultura e Recursos Hídricos.

"Esse aparelho melhorou a nossa vida. Antes era preciso acordar pela madrugada, andar quilômetros e quilômetros para conseguir água de péssima qualidade. Agora, basta ir com R$ 0,20 e trazer para casa a água", diz o agricultor Expedito de Sousa Freitas. Outro que comemora a chegada do dessalinizados é Sebastião Epifânio Braga, que aproveita a água que sobra com resíduos. Os moradores podem levar à vontade.

Segundo o secretário de Agricultura de Canindé, Ivan Andrade, o equipamento possibilita ao Município uma nova forma de combater a falta de água. "Aqui, quanto mais baixo, mais salobra a água fica. Isso porque o solo e o subsolo de Canindé são formados por rochas calcárias, com uma grande quantidade de sais, que não são como os que dão origem ao sal de cozinha. São principalmente sais de cálcio e magnésio, que deixam a água do local salobra. Outro fator que também contribui para isso é que na região tem mais evaporação do que chuva", explica.

O prefeito da cidade, Cláudio Pessoa, diz que a implantação do dessalinizador, com toda infraestrutura necessária, custa em torno de R$ 40 mil. "Além da melhoria da qualidade de vida, saúde, cidadania, você tem um investimento diluído ao longo do tempo bastante barato, que muda o conceito de vida do povo do sertão. Estamos trabalhando no sentido de conseguir mais apoio junto aos órgãos para colocarmos novos aparelhos em funcionamento", diz ele.

Para o ambientalista José Airton Maciel, nos últimos anos, inúmeros dessalinização por osmose reversa foram instalados no Ceará. "A dessalinização das águas pode constituir-se em uma ferramenta concreta de desenvolvimento regional no semiárido do Nordeste brasileiro; entretanto, é necessário que se considerem os riscos ambientais decorrentes. Isto porque, gera, além da água potável, uma água resíduária (rejeito) altamente salina e de poder poluente elevado", explica ele.

Porém, ele mostra a saída para evitar danos no solo. É o cultivo da planta Atriplex, uma forrageira arbustiva, originária da Austrália, mas encontrada em áreas da região Norte do Estado e fácil adaptação em ambientes áridos e semiáridos. A espécie se desenvolve bem em solos com alto teor de sal. É conhecida em muitos lugares pelo nome de "Planta Sal", que tem o poder de evitar a degradação do solo.

"A atriplex se caracteriza pela alta capacidade de retirar do solo grandes quantidades de sais. A capacidade que estas plantas têm para viver nesses ambientes é uma alternativa ecologicamente equilibrada, acessível ao pequeno produtor e que torna reaproveitável, áreas outrora improdutiva", explica ele.

Fonte: Diário do Nordeste

Seca no Ceará


O governo do Ceará já homologou decretos de emergência em 168 municípios por conta da seca que atinge o Estado. O número representa 91% dos 184 municípios existentes, maior índice de um Estado do Nordeste. Com os novos decretos já passa de 1.000 o número de cidades em emergência na região por causa da prolongada estiagem.

O decreto foi assinado pelo governador Cid Gomes (PSB), que anunciou algumas providências em relação à estiagem. Os decretos, segundo ele, servem para facilitar a chegada dos recursos federais anunciados. “Assim, vamos agilizar essas ações para que elas cheguem com mais celeridade às pessoas", disse, em pronunciamento. O governo não informou a quantidade de pessoas diretamente afetadas pela estiagem.

O governador se reuniu ontem com prefeitos e as bancadas estadual e federal para avaliar as primeiras medidas emergenciais adotadas pelo Estado. Aos prefeitos, o governador anunciou que o Estado vai pagar uma parcela extra do programa Garantia Safra, no valor de R$ 136, no mês de junho. O abono deve beneficiar 239 mil agricultores, que, pelas regras do governo federal, deveria receber o valor de R$ 680, divididos em cinco parcelas.

Gomes anunciou a ampliação da oferta de água por meio de caminhões-pipa, que deve ter um investimento federal de R$ 7,5 milhões. Hoje, o Exército mantém a operação Pipa, com 469 carros que devem atender 79 municípios. Também foram anunciadas a construção de cisternas, recuperação de poços artesianos e instalação e perfuração de poços profundos.

Com os novos decretos cearense subiu para 1.016 o número de municípios em situação de emergência pela seca no Nordeste, o que representa 56% dos 1.794 municípios nordestinos.

“Desde o ano passado não chove o suficiente para acumular água nas cisternas para consumo da família e para a produção. O quadro atual é grave! Há que se priorizar o socorro imediato às famílias que estão sem água, mas há a mesma urgência em investir em ações estruturantes para que essas famílias possam enfrentar os períodos de longa estiagem, cíclicos e previsíveis, sem passar fome ou sede”, alega a ASA (Associações do Semi-árido), cobrando ações de convivência do sertanejo com a estiagem e políticas públicas que minimizem os tradicionais ganhos da “indústria da seca”.

Fonte: UOL


segunda-feira, 7 de maio de 2012

Poluição se concentra em Fortaleza

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A Semace monitora a balneabilidade de 65 pontos, mas apenas Fortaleza possui praias impróprias para banho
O mar pode continuar azul, o sol predominar, mas as praias de Fortaleza não estão assim o melhor cartão postal da cidade. É que dos 65 pontos cujas condições de balneabilidade são monitoradas pela Superintendência Estadual do Meio Ambiente do Ceará (Semace) - 31 em Fortaleza e 34 nos demais municípios da Região Metropolitana e do litoral Leste e Oeste - há poluição apenas nas praias da Capital.

Conforme o boletim do órgão divulgado na última sexta-feira, dos pontos de Fortaleza, 15 estão impróprios e 16 próprios para banho. Ou seja, quase metade da área monitorada (48,3%) está com coliformes fecais acima do admitido.

Se estivesse chovendo em Fortaleza, a situação poderia ser ainda pior já que as precipitações aumentam o número de pontos impróprios devido à grande quantidade de lixo, esgoto e outros detritos no mar.

Basta passear por um dos pontos da Região Metropolitana, como a Cofeco, por exemplo, para perceber a diferença das praias da Capital: areias limpas, um mar onde se pode nadar sem medo de encontrar sujeira.

"Além da frequência ser bem menor, os próprios barraqueiros limpam as barracas no fim do dia, os frequentadores também não espalham nem jogam lixo ao redor. Depois, o lixo vai para as lixeiras e é só guardar o caminhão da limpeza da Prefeitura. Por isso, fica tudo limpinho" justifica Raimundo Marques, garçom de uma das barracas dispostas pela orla da Cofeco.

A mesma opinião tem a dona de casa Maria Assunção Oliveira, que escolheu o local para passar o domingo com a família. "Moro mais perto da Praia do Futuro, mas prefiro aqui. Lá, eu até já furei o pé com espinha de peixe jogada no chão", destaca.

À primeira vista, o fato de a poluição estar concentrada em Fortaleza parece estranho, mas é comum. Conforme Lincoln Davi, analista do setor de Gerência de Análise e Monitoramento da Semace, há períodos de se identificar poluição fora de Fortaleza, porém é raro. E é mais raro ainda os pontos da Capital estarem todos balneáveis. Isso porque são muitas as variáveis contribuindo para este cenário. Para começar, a cidade cresceu muito, houve um adensamento urbano significativo, mas o saneamento básico não avançou da mesma forma.

"O principal problema, entretanto, é a quantidade excessiva de ligações clandestinas de esgoto caindo na rede pluviais", analisa Davi.

Ao mesmo tempo, acrescenta o analista, praticamente, só em Fortaleza existem comunidades de baixo poder aquisitivo morando às margens dos rios, como o Cocó e o Maranguapinho. Nesses locais, por serem áreas de preservação permanente, não passa rede de esgotamento sanitário. Então, tudo o que é esgoto e resíduo sólido dessa população é depositado nos rios, que acabam desaguando o que de pior possuem no mar. Os rios Cocó, no Caça e Pesca e o Maranguapinho, na Barra, hoje, são fortes fontes poluidoras.

Para resolver a situação, já existe trabalho conjunto entre Semace, Cagece e Prefeitura de Fortaleza para monitoramento desses rios, prevenção corretiva e preventiva junto à população. Vê-se, por exemplo, quem está lançando esgoto sem tratamento, os locais onde já há rede de saneamento, mas as pessoas insistem em fazer ligações clandestinas para as galerias pluviais. O problema, lembra Lincoln Davi, é mais amplo do que se imagina.

Mutirão
E foi para minimizar a poluição da Praia do Futuro que o grupo de voluntários "Consciência Limpa", formado por aproximadamente 30 pessoas, se dispôs a percorrer a orla, ontem, saindo da Barraca Crocobeach, recolhendo todo o lixo que encontravam pelo caminho.

Segundo Lucas Moreira, organizador do movimento, o objetivo do grupo não é apenas conscientizar as pessoas da limpeza, mas mostrar como se respeitar o meio ambiente e estimular nos frequentadores o hábito de não jogar o lixo no chão.

É a segunda vez que os voluntários fazem este trabalho. A primeira foi no último dia 15 de abril, na Praia de Iracema, onde, segundo Lucas, a situação é mais grave. "Lá, não há lixeiras, é bem mais sujo do que a Praia do Futuro", avalia.

Fonte: Diário do Nordeste